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terça-feira, 11 de maio de 2010

A valsa da Lua

Quando olhei pra você meus olhos logo mudaram de cor,
Só me vinha a vontade de tocar-te,
O desejo me corroia e me deixava sem ações,
Mas ficava eu parado com medo de minhas emoções,
O frio logo subia e você de mim corria,
Meu eu queria chegar a você, eu queria pegar-te,
E ao tocar a tua mão, teu aroma logo impregnou em mim,
Olhamo-nos juntos, sorrimos juntos,
Olhamos para o céu, e a escada fomos subir,
Nós dois e o nada indo em direção a lua,
De olhos fechados bailando no luar,
Cercados pela luz, eternizados naquele momento...
Eu e você descansando na lua,
E nada mais existe nada irá importar,
A não ser as duas criaturas, nostálgicas a bailar,
Os seres imortais no luar, apenas a observar o mar,
Seu aroma se despede de mim junto ao meu olfato que me deixa,
E continuamos a rodar, de mãos dadas a dançar,
Logo eu paro de ouvir, logo deixo de te ver... de te sentir...
E choramos sobre a lua, atingindo a perfeição,
Dois seres sem sentidos, a bailar eternamente,
Ligados pela lembrança que sobrara em suas mentes,
Dançando para sempre, sem ao menos poder se ver,
E agora divinizados como fantasmas da lua cheia,
Viverão para todo sempre, e nunca mais irão sofrer,
Como zumbis iluminados, dançando no anoitecer...
E rodamos e rodamos sobre a lua, numa dança sem motivo,
Como estatuas se movendo, ficamos ali perdidos,
Esta feliz tragédia assim há de ficar,
Quando as lágrimas da lua caem, somos nós dois a prantear...
E neste dia o tempo irá parar,
E nosso amor vai se salvar,
Eu e você agora somos nós,
Os tristes e felizes seres da lua,
Que ali subiram e lá dançaram...
E por ali ficarão, como um trágico conto,
De sublime paixão...

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