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sábado, 27 de março de 2010

Coração selvagem

Trago, hoje,a magia das flores.
A chuva cedeu-me seu cheiro.
Tenho nos lábios,todas as cores.
E pétalas pus em seu travesseiro.

Trago um coração selvagem,
Sem rédeas,sem cabresto,sem destino.
Na pele,a marca da coragem,
Lembrança de meu desatino.

Trago nos olhos a tempestade.
Desperto com um beijo o teu sono.
Aprisiono a silvestre liberdade
E torno-te,então,o meu dono.

Trago agora a magia da vida,
No ventre carrego o nosso futuro.
A livre selvagem foi vencida
E agora reside em teu porto seguro.
Flor do Campo

sábado, 20 de março de 2010

Eu ator?

Eu um pequeno e insignificante
Sonhador – da vida e da morte um amante,
Varias faces e rostos
Várias fragrâncias e gostos...

Eu um ser, eu homem eu animal,
Que sente que chora
Alguém sentimental,
Que ama e que ora...    

Eu ator?
Não! Eu sou eu,
E ele é o personagem,
Eu sou real
E ele a montagem...

Eu ator?
Estas enganado!
Ou será que sou eu?
Eu ator?

Espantalho

Os dias passam e só as noites me acompanham
As luzes me queimam e só os pássaros me dão sombra
Vejo nas ruas os carros passando,
Crianças andando
E gente vivendo...
Os dias passam e o mato vai crescendo
Eu vou sumindo... sumindo
O sol vem e vai e a lua também
E só eles entendem o quão ruim é ver
Um ir embora e você ficar
E não poder ir atrás...
Ah! Quem me dera poder voar como
Meus amigos pássaros
Ah! Quem me dera poder nadar livre
Como os peixes do lago à frente
Ah! Quem me dera poder morrer e ser livre também
E morrendo eu dormiria em paz
E ainda assim ficaria em meu lugar...
Eu vejo crianças que brincam
E me arrancam partes
Deveria doer, mas não dói,
Dói ver todos irem e virem
Dói forçar a vontade de uma lágrima cair
Mas não entendo
E não sinto, mas queria sentir,
Mas queria poder ver a espiga que cresce sobre meus pés
Ah!! Quem me dera poder dançar
Como as moças que passam aqui mês-a-mês,
Ah! Quem me dera pelo menos uma vez
Ver toda a imensidão do meu pequeno mundo ante a todo esse mato
Ah! Quem me dera ao menos poder querer
E querer, querer eu quero, mas não posso...
Ah espantalho que sou e quisera soltar a música dentro de mim
E soltar o valor de meus pedaços de palha pensantes
E ser útil um dia, e não ficar aqui parado...
Ah! Quem me dera poder continuar a pensar e versar
Mas não posso sou espantalho, e o sopro divino se foi,
E acho que não termino mais nenhum verso...
Ah! Quem me dera por ultimo...