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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Amazônia prostituta

Amazonas rio-mar
Amazônia continente
Lar de tanta gente
Amazônia brasileira
Brasil amazonense
Terra dos cabanos
Das drogas do sertão,
Amazônia da borracha
Amazônia, Amazônia...
Menina dos olhos do mundo,
Salvação, preservação
Amazônia que se disputa
Hoje prostituta
Do mal, da cobiça...
Amazônia terra sagrada,
Amazônia do mar andino,
Amazônia mal cuidada
Onde entram e saem,
Prostituta de luxo
Venerada um dia, jogada no outro
Amazônia da beleza
Amazônia da tristeza
Dos ribeirinhos dizimados,
De Ajuricaba torturado,
No rio assassinado
Pelos próprios convidados...
Amazônia, terra sem males do satere-mawé
Povo que espera ver seu povo e sua terra
Na paz novamente
Sem algema no braço
Sem algema na mente...
Amazônia dos povos de fora
Amazônia vendida
Prostituta do mundo...
13:41
13:50
29/09/2010

domingo, 12 de setembro de 2010

Eu sempre costumo dizer que a primeira característica em comum de todos os seres humanos, é que todos são diferentes. Homem, mulher, todos somos seres humanos, primatas, escravos de nossa historicidade de nossas ações, de nossa própria práxis. Mas, as vezes eu me pergunto: Será que é comum acontecer de alguém sentir o peso do mundo nas costas, na mente, na cabeça?
Todos um dia param e pensam em sua vida, no que fizeram, no que fazem ou vão fazer de forma crítica, analítica e até dialética?
Será que realmente todo se sentem diferentes, e refletem sobre seu papel no mundo, e principalmente sobre sua existência?
Quem somos, de onde viemos, para que viemos? Porque, Por que, Porquê, Por quê...
Quem saberá me dizer quem sou, se eu mesmo não sei?
Perguntas à milhas e à milhões, pois a pergunta move o mundo, mas e a resposta? Onde fica, como fica?
Se o existencialismo é realmente um humanismo, porque este vem tão recheado de martírio?
É estranho andar pelas ruas vazias durante a noite, andar invisível, e ver que todos dormem calmamente.
Mas, por que eu não me vejo calmamente dormindo? Ando de um lado ao outro, ninguém mais olha o céu de noite porque as luzes da cidade mal o deixam aparecer, mas, eu sozinho tento, e sou invisível mesmo, ninguém nota.
Ando de um lado ao outro penso, reflito e vou de algum lugar à lugar nenhum. E ninguém mais no mundo faz isso, e eu ando sozinho e perdido, e não posso nem conversar, não posso dizer o que sinto, o que não sinto, o que vejo, o que não vejo, e o que ouço e que não ouço...
As vezes me sinto tão só, e as vezes percebo que tem alguém me vigiando, mas esse alguém não se mostra, ou talvez eu não queira ver...
Por que tem que ser assim, e por que tem que ser comigo, eu poderia ser mais simples, poderia ser tudo mais fácil, a vida poderia ser mais pacata, mas não!! Eu tenho que ser eu, complicado, tenho que entender tudo que me envolta e tudo que envolto...
Será que realmente cada ser humano, cada pobre ser humano tem ciência de sua condição de miséria existêncial? Ou será que tudo isso é só uma farça da minha mente, e o louco sou eu no meio dos sãs?
Normalmente  poucos são os loucos perdidos em meio à multidão, será essa minha condição?
Talvez, talvez o mundo quase todo esteja errado...Mas de que importa, se tudo vai continuar, e quando eu morrer nem saberei da verdade, e talvez a verdade nem exista, é tudo fruto da minha mente, a mente do meu fruto...Do caos que me habita e traz a loucura pelos dedos, pelas palavras, pelos pensamentos...
A loucura avisa quando chega?? O louco sabe que é louco? Dizem que o louco nunca se assume louco, então se eu me assumir louco não serei louco???
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12/09/2010