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terça-feira, 9 de julho de 2013

Longe de...ser humano

Produzo riqueza ficando pobre.
Faço-o em troca de migalhas do "nobre".

Mudo o mundo e o patrão me muda.
Faço e não percebo,
Só vejo darem pra minha vida um placebo.

Produzo em excedente...sociedade demente.
Faço dinheiro invisível e indivisível,

Pago religiosamente aquele que sustento
Mesmo esvaindo-me de alento,
Faço dele sedento pelo capital sem sentimento.

Crio forças pra ajudar
Em oito horas diárias
O mundo se acabar.

Eu sou força de trabalho,
Peão, mulher, criança operário.
Sou ninguém e todo mundo,
Trabalhador moribundo.

Alma limpa e pé imundo,
No onirismo profundo
Da alienação de cada dia,
No trabalho, na escola
E até atrás da pia.

Crio a morte pra sobreviver
E, faço por onde morrer.

Se for o germinal nascente,
Continuo decadente,
Trocado como dente,
Um adubo sem semente...

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09/07/2013

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