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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Definição de um Minuto

Definição de um Minuto
(Dogma do Pericárdio) 
Por: Leon Bravo
Queria descobrir como são seus mundos
Não conseguiria respirar nesses segundos
É mentira travestida de alguma verdade
Uns chamam de loucura mas é a realidade
Insanidade quando você tenta se inspirar
Mas a inspiração te reduz a ponto de pirar.

Você sente a noradrenalina latejar em sina
Ensina como faz a forma próxima da divina
Não haverá desculpa por mentira e loucura
A vítima sofre da lâmina que assim perfura
Ninguém sente senão aquele que se feriu
Todos somem daquilo que nunca se pediu.

E você pensa que tudo na vida é uma droga
Quando o que se queria é ser parte de écloga
Numa vibração tão distante da que se viveu
Agora se renasce do tudo que já se morreu
No intervalo de uma respiração tão taciturna
Que metade de um minuto faz visão noturna.

A conversa sobre o perdimento é interessante
Um pacto diante da chuva e o medo adiante
Destrói todo o edifício criado por sentimento
É um criado-mudo calado por todo momento
Uma testemunha de tudo de ruim que ocorre
Salva teu silêncio, engole o mal que percorre.

Vive-se uma realidade subserviente para mim
Diante do próximo silêncio que será um fim
Podendo durar um minuto, segundo, um ano
O para sempre para mim é extensão do dano
São as asas que eu perco para voar para perto
Nas miragens que eu caio para tornar incerto.

As melodias se perdem e se agradam na mente
Elas se aceitam, não se rejeitam e a aura sente
Se perdem na distância orbital dos horizontes
E se dissolvem quando discordam das fontes
São infernos e paraísos cobertos de miasmas
Divagando devagar a procissão dos fantasmas.

Quando as coisas se confundem entre o céu
Onde você não sabe se é metafórico ou se léu
A perdição que se deságua no elo da garganta
É a boca que esbraveja a alma que te adianta
A incerteza que um vulcão encontra a existência
Desafiando os sonhos e sua própria consciência.

Nessas horas o certo se torna o errado e o nada
Não vivo à toa do lado duma garrafa repousada
Esperando que o silêncio não dissolva a escuridão
Ou que me devolva a ignorância e a escravidão
Tal certeza me comove, me destrona e destrói
Nada nesta alma funciona. Ela não se reconstrói.

E analisando o mundo sobre a ótica de um verme
Destruo as roupas, a carne até a própria epiderme
Vive-se um destino e um desatino até a retratação
É um caminho vizinho a solidão e da sua retração
Até compreender que acabaram todos os segundos
E destruímos todos aqueles descobertos mundos.
Por: Leon Bravo. Um dos meus poetas preferidos, do qual orgulho em ter como amigo.

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