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terça-feira, 15 de março de 2011

Capitulo I - O funcionalismo e a comunicação: considerações preliminares

A proposta desse capitulo é situar o inicio dos estudos sociais, e mais tarde o da comunicação e o jornalismo mediante o paradigma funcionalista pelo seu criador, Emilie Durkheim. O grande problema nessa linha teórica é que o funcionalismo vem do positivismo, que é a linha teórica que tentou aproximar os estudos sociais aos estudos exatos, Comte (criador do Positivismo) queria que as ciências sociais fossem estudadas da mesma forma que a física, e Durkheim, da mesma forma que a biologia, é quando Adelmo cita Spencer.
Em síntese, o funcionalismo diz o seguinte: Da mesma forma que nosso corpo funciona a partir da relação de nossos orgãos, onde cada um funciona em função do outro, a realidade social vem funcionar da mesma forma. É como se nosso cérebro fosse o estado, o coração a igreja, os rins a familia, e assim por diante. Cada um precisa do outro e se há algum problema, uma doença, todos são afetados, dessa precisando então voltar-se ao estado antigo de saúde, ou seja, se o ocorre uma mudança que cause problema, é necessário fazer voltar ao antigo estado, fazendo uma (GENRO FILHO, p .13)"reprodução e uma estabilidade do sistema social".
Os estudos sobre a comunicação se dão em meados da primeira guerra mundial. A comunicação é vista como um dos orgãos da sociedade, e servem para mantê-la saudável e fazendo com que o sistema capitalista seja reproduzido. O corpo é o capitalismo e a comunicação é uma parte que ajuda este a se manter.
No Brasil, José Marques de Melo escreveu sua tese de doutoramento, intitulada sociologia da imprensa brasileira. Este um livro essencialmente funcionalista, pois busca entender porque a imprensa no Brasil atrasou, pois havia necessidade de desenvolve-la para que a sociedade vigente também fosse mantida, a imprensa no Brasil colonial era uma aparelho da corôa, na página 14 são citadas algumas necessidades as quais a imprensa veio ajudar a resolver.
A globalização e a necessidade cada vez maior de informação de espaços cada vez mais longínquos em menor tempo fez aparecer a indústria da informação. Ora, se estamos falando do período de ascensão do capitalismo e de indústria, logo o jornalismo nasce com a ideologia burguesa, ele nasce nesse meio como um produto, pois é necessário e se assim o é, logo, é fonte de lucro.
Assim como os fenômenos imediatos que povoam o cotidiano, os acontecimentos precisam ser percebidos como processos incompletos que se articulam e se superpõem para que possamos manter uma determinada "abertura de sentido" em relação a sua significação. (GENRO FILHO, p.15)
É assim que o jornalismo deve ser visto, e mesmo que necessariamente haja um carga ideológica e subjetiva sobre a produção da noticia, é possível fazer um jornalismo ético, comprometido e mais ainda polifônico.

Enfim, à medida que o funcionalismo "consiste na determinação da correspondência existente entre um fato considerado e as necessidades gerais do organismo social em que está inserido"11 , não permite notar a autonomia relativa do fenômeno jornalístico e suas perspectivas históricas mais amplas. Ficam obscurecidas as contradições: sua inclusão na luta de classes e os limites e possibilidades que daí decorrem. (GENRO FILHO, p.17)
Dessa forma o funcionalismo põe o jornalismo como ferramenta para manter a sociedade como esta, e sabemos que o jornalismo é um modalidade de conhecimento que esta nos meandros não da manteneção social, mas da mudança, da crítica, da informação social e militante que busca conscientizar o seu público.

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