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domingo, 12 de setembro de 2010

Eu sempre costumo dizer que a primeira característica em comum de todos os seres humanos, é que todos são diferentes. Homem, mulher, todos somos seres humanos, primatas, escravos de nossa historicidade de nossas ações, de nossa própria práxis. Mas, as vezes eu me pergunto: Será que é comum acontecer de alguém sentir o peso do mundo nas costas, na mente, na cabeça?
Todos um dia param e pensam em sua vida, no que fizeram, no que fazem ou vão fazer de forma crítica, analítica e até dialética?
Será que realmente todo se sentem diferentes, e refletem sobre seu papel no mundo, e principalmente sobre sua existência?
Quem somos, de onde viemos, para que viemos? Porque, Por que, Porquê, Por quê...
Quem saberá me dizer quem sou, se eu mesmo não sei?
Perguntas à milhas e à milhões, pois a pergunta move o mundo, mas e a resposta? Onde fica, como fica?
Se o existencialismo é realmente um humanismo, porque este vem tão recheado de martírio?
É estranho andar pelas ruas vazias durante a noite, andar invisível, e ver que todos dormem calmamente.
Mas, por que eu não me vejo calmamente dormindo? Ando de um lado ao outro, ninguém mais olha o céu de noite porque as luzes da cidade mal o deixam aparecer, mas, eu sozinho tento, e sou invisível mesmo, ninguém nota.
Ando de um lado ao outro penso, reflito e vou de algum lugar à lugar nenhum. E ninguém mais no mundo faz isso, e eu ando sozinho e perdido, e não posso nem conversar, não posso dizer o que sinto, o que não sinto, o que vejo, o que não vejo, e o que ouço e que não ouço...
As vezes me sinto tão só, e as vezes percebo que tem alguém me vigiando, mas esse alguém não se mostra, ou talvez eu não queira ver...
Por que tem que ser assim, e por que tem que ser comigo, eu poderia ser mais simples, poderia ser tudo mais fácil, a vida poderia ser mais pacata, mas não!! Eu tenho que ser eu, complicado, tenho que entender tudo que me envolta e tudo que envolto...
Será que realmente cada ser humano, cada pobre ser humano tem ciência de sua condição de miséria existêncial? Ou será que tudo isso é só uma farça da minha mente, e o louco sou eu no meio dos sãs?
Normalmente  poucos são os loucos perdidos em meio à multidão, será essa minha condição?
Talvez, talvez o mundo quase todo esteja errado...Mas de que importa, se tudo vai continuar, e quando eu morrer nem saberei da verdade, e talvez a verdade nem exista, é tudo fruto da minha mente, a mente do meu fruto...Do caos que me habita e traz a loucura pelos dedos, pelas palavras, pelos pensamentos...
A loucura avisa quando chega?? O louco sabe que é louco? Dizem que o louco nunca se assume louco, então se eu me assumir louco não serei louco???
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12/09/2010

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