Faço-o em troca de migalhas do "nobre".
Mudo o mundo e o patrão me muda.
Faço e não percebo,
Só vejo darem pra minha vida um placebo.
Produzo em excedente...sociedade demente.
Faço dinheiro invisível e indivisível,
Pago religiosamente aquele que sustento
Mesmo esvaindo-me de alento,
Faço dele sedento pelo capital sem sentimento.
Crio forças pra ajudar
Em oito horas diárias
O mundo se acabar.
Eu sou força de trabalho,
Peão, mulher, criança operário.
Sou ninguém e todo mundo,
Trabalhador moribundo.
Alma limpa e pé imundo,
No onirismo profundo
Da alienação de cada dia,
No trabalho, na escola
E até atrás da pia.
Crio a morte pra sobreviver
E, faço por onde morrer.
Se for o germinal nascente,
Continuo decadente,
Trocado como dente,
Um adubo sem semente...
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09/07/2013
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